O pensamento foge neste final de tarde tranquilo. Foge para ela e para o nevoeiro insano que lhe tolda a mente.
Ele está deitado na cama vazia. O conforto do calor escuro aquece a pele e ele viaja até àquele rosto. A imagem é nítida e forte. Contornos, linhas e textura. Sente um formigueiro no corpo e recorda o sonho que o atormenta.
O tempo e as horas são incertas mas o cenário é tão real quanto os cheiros e os sabores. Sabe a nudez das peles no meio dos lençóis e o perfume dos corpos. Ela está deitada de lado, a perna flectida e colada às coxas fortes e viris.
Os lábios quentes deslizam no pescoço e descem até ao ombro, arrepio suave que aquece e que provoca.
Ela vira-se de costas para ele num convite silencioso para o sentir mais perto. Os corpos encaixam na perfeição, presença fisica violenta e real.
Os dedos dele deslizam na abertura da carne. Sente o rio das entranhas doces e o veludo encharcado e inchado. Não resiste a mergulhar no meio daquelas pernas.
Beijo lento e quente. A língua prova o orvalho da pele e colhe a água doce que escorre. Provoca a pérola sensível até sentir o gemido rouco e o tumulto feroz.
Tem o sexo duro e a latejar. Sente o sangue quente nas veias e a lágrima de sal que desliza lentamente. Já não se sentia assim há tanto tempo, demasiado tempo. Fecha os olhos e vê-se sentado em cima dela. O membro direito brinca com o mamilo duro e tenso. Ela olha para ele e abre a boca. Quer lamber a matéria do desejo. Quer engolir a vontade de garganta cheia.
Não. Ainda não.
Já não sabe se é a mão dele ou a dela que envolve o sexo teso.
Ele não é mais do que carne que queima. A respiração aumenta, ritmo e cadência imperfeita. A onda gigante que sente nascer atravessa o corpo e a mente. É forte e violento. O tempo e o espaço deixam de fazer sentido. As paredes do quarto desapareceram e ele regressa lentamente da tempestade que o consumiu.
Silêncio e (in)satisfação.
Fecha os olhos e deixa o sono conquistar o corpo.
Marcia Eli
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